quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Compreendendo Patañjali à luz da tradição védica

Por Bruno Jones


Para muitos praticantes, o Yogasūtra obra seminal de Patañjali, é visto como um dos textos mais importantes dentro desta tradição. Porém, a bem da verdade, devemos lembrar que este tratado não contém ideias originais: suas bases estão firmemente fincadas na tradição védica.

Muitos pensam que Patañjali tenha “inventado” este sistema quando de fato, ele apenas reúne este corpo de conhecimento e o coloca como um sistema prático.

No estilo literário dos sūtras são retirados os excessos e mantido apenas o conteúdo necessário para que a mensagem seja compreendida à luz do seu devido contexto. A interpretação de um sūtra é algo bastante “perigoso” porque o intérprete pode “puxar a sardinha” para diversas direções. O que vemos, presentemente, é que esta obra é apenas traduzida por estudiosos que nem sempre estão conectados com a tradição da qual o Yoga nasceu.

Isso deixa muito espaço para especulação vazia e interpretações duvidosas e deixa os leitores, às vezes, com dúvidas quanto ao significado dos aforismos. Para entendermos os Yogasutras, primeiro temos que entender bem a palavra Yoga. Para isso vou utilizar as primeiras linhas dos versos de saudação a Patañjali usados antes do estudo deste texto:

Yogena chittasya padena vacam malam sharirasya cha vaidyakena Yo’pakarot tam pravaram muninam Patañjalim prañjaliranato’smi.

Traduzindo: “Eu reverencio Patañjali, especial entre todos os sábios, que elimina os obstáculos da mente, da comunicação e do corpo, através do Yoga, gramática e da medicina.” Então, yogena (através do yoga) apakarot (eliminou) yah (esta) malam (impureza) de cittasya (mente), de vacam (fala), padena (através do estudo da gramática) e sarirasya (do corpo), vaidyakena (através da medicina).

Yoga é a disciplina que purifica a mente. A mente é chamada de antahkarana, ou literalmente, instrumento interno. Aquele instrumento que me permite estabelecer uma relação com o mundo externo. Este antahkarana é subdividido em quatro partes: Manah (mente), buddhi (intelecto), citta (memória) e ahankara (ego).

É neste antahkarana que estão as “impurezas”. É necessária bastante atenção com esta palavra, pois não há pensamento impuro, sentimento impuro, ou julgamentos impuros. A palavra impureza aponta, aqui, para um obstáculo ou uma distração que impede a visão clara sobre a minha natureza. Estas impurezas são os vrttis (julgamentos, projeções, oscilações) oriundas da minha mente, sobre as quais Patañjali falará no segundo sutra.

Através do estudo da gramática da língua (sânscrito, no caso) são eliminadas as impurezas da fala. Patañjali toca neste assunto, pois as nossas vidas são estabelecidas em relações com outras pessoas (viavahara). E para que não haja maus entendidos. Que a comunicação seja clara. Através da medicina (vaidya), que é o nome dado a um médico ayurvedico, pois um corpo saudável é um instrumento indispensável para uma vida de Yoga.

Citando a Taittiriya Upanishad: “Aquele (Om), surgido dos Vedas imortais, que é o mais proeminente dentre os mantras védicos e que encerra todas as formas é Indra (aquele que governa a mente). Que ele me fortaleça com inteligência. Que eu possa usufruir da imortalidade. Que meu corpo esteja capacitado (para o conhecimento). Que minha língua seja bem doce (que eu fale sem ofender). Que através dos meus ouvidos eu possa escutar repetidamente (as escrituras).” (Cap I, seção IV).

Ao esclarecer todos estes pontos, fica mais fácil entender o porquê Patañjali começa o seu tratado com a palavra “atha”. O primeiro capítulo do Yogasūtra fala sobre o objetivo da disciplina. Por isso é chamado de sadhya padah ou samādhi padah.

A palavra sadhya significa objetivo. O seu radical vem de dhanu, que significa arco. Então, de forma simbólica, colocando-se a flecha (sadhaka – você) no arco (sadhana – a disciplina), atinge-se o objetivo (sadhya).

O primeiro sūtra diz:

Atha yoganusasanam.

“Então, o ensinamento de Yoga”.

É interessante vermos que o tratado começa com esta palavra “então”, ou também traduzida como “agora”. Estas palavras apontam para o fato de que antes aconteceu alguma coisa, e que, agora o Yoga começa. O Yoga começa, no sentido de que agora há mumukhsutvam, ou seja, o desejo por liberdade ou o desejo por autoconhecimento. É dito nos Vedas que existem quatro purusharthas, ou seja, quatro objetivos (arthas) na vida de um ser humano (purusa). Estes são: artha (segurança), kama (prazer), dharma (uma conduta correta e honesta) e mokṣa (liberdade ou autoconhecimento).

Para que a verdadeira vida de Yoga comece é necessário que a pessoa tenha se dado conta que o sentimento de plenitude ou adequação em relação ao mundo não surge pela conquista de objetos que lhe tragam a sensação de segurança ou prazer, mas que estes já são inerentes à ela, bastando apenas que ela tenha a capacidade de se ver claramente. Então livre do condicionamento de que os objetos são as fontes de felicidade, a pessoa pode se dar conta de que esta felicidade é sua própria natureza. Basta que ela tenha este desejo firme e honesto pelo autoconhecimento.

A palavra atha, também aponta para algo auspicioso. Dizendo: “agora é o momento auspicioso para o estudo do Yoga.” A palavra ganha o valor da sílaba Om, como colocada no mantra da Taittirīya Upanishad: “Om é Brahman. O é tudo isto. Esta palavra, Om, é de fato, uma palavra de aceitação e anuência. Ademais (os sacerdotes) fazem recitar (aos deuses) as seguintes palavras de condução: “O, recite (aos deuses)”. (O oficiante do Sama Veda) entoa os Sama-mantras começando com O. (O oficiante do Rg Veda) entoa ao sastras (Rg mantras) pronunciando Om som. (O oficiante do Yajurveda) expressa a permissão pronunciando O. (O oficiante do Atharvanaveda) dá a permissão pronunciando O. O sacerdote permite a realização do ritual Agnihotra pronunciando Om. Ao recitar os Vedas, desejando aprender, O brâmane entoa O com o pensamento “Que eu alcance o conhecimento Vedico.” Ele certamente alcança Brahman.” (Cap I, seção VIII)

Em seguida vem a palavra “yoganushasanam”, que na verdade é um composto de três palavras: “então o Yoga será ensinado, estudado (que vem do radical sas, que é o mesmo radical da palavra sastra) com o prefixo anu, que significa de acordo, ou segundo.” Então: o Yoga será ensinado de acordo com os Śāstras, ou aquilo que está nos Vedas. E os Vedas apontam para moksha. O meio para se “atingir” moksha é dado no segundo sutra. Chamamos de meio porque o objetivo não é simplesmente ter uma mente disciplinada. Mas esta disciplina serve para algo mais.

O segundo sūtra diz:

Yogascittavrttinirodhah.

“Yoga é a cessação [da identificação] com os cittavṛttis”.

Aqui Patañjali define o que é esta disciplina chamada Yoga. Normalmente este sūtra é traduzido como o “controle da mente”, mas novamente temos que atentar para o que é este controle. Na palavra nirodhah, está o radical rudh. Rudh significa controlar sem esforço. Controlar naturalmente. Usando o esforço quando necessário. Mas mesmo entendendo este radical, a compreensão deste sūtra fica um pouco superficial.

Na Bhagavad Gītā, Kṛṣṇa define o Yoga da seguinte forma:

Tam vidyadduhkhasamyogaviyogam yogasamjnitam sa niscayena yoktavyo yogonirvinnacetasa. (Cap 6, 23)

“Que seja sabido que esta dissociação da associação com a dor é chamada Yoga. Yoga deve ser seguido com determinação e sem uma mente que tenha indiferença.” O sofrimento é fruto de nossa identificação com os vrttis (julgamentos, pensamentos, projeções...). Quando me identifico com um destes objetos, automaticamente me vejo limitado à forma e atributo que vem junto deste. Existem dois tipos de objetos criados pela mente, citados no décimo capítulo da Panchadasi:

Antarmukhahamityesa vrttih kartaramullikhet Bahirmukhedamityesa bahyam vastvidamullikhet (6) 

“O pensamento interno da mente (na forma de) “eu” faz aparecer o agente da ação. O (pensamento) externo (na forma de) “isto” faz aparecer o objeto externo.”

Enquanto estou identificado com estes objetos, não enxergo aquilo que é a base destes mesmos objetos, que sou eu. Então para realizar a minha natureza, é necessário ir além das identificações com os objetos. Por isso este controle da mente não significa pensar de uma forma definida, ou parar de pensar. Mas não se associar aos pensamentos ou sentimentos. Não assumir as formas deles. Esta é a disciplina!

Patañjali fala sobre o objetivo desta disciplina, agora, no terceiro sūtra:

Tada drastuh svarupe’vasthanam.

“Então, há a permanência na natureza do sujeito”

Para entendermos este sutra, é necessário termos compreendido a fundo a questão de não associação com os objetos. É aqui que isto faz sentido. Foi dito que se estabelecem dois tipos de pensamentos: um classificado como aham (eu) e outro classificado como idam (aquilo). Para um pensamento ser pensado, é necessário que haja uma base para eles existirem. Esta base sou Eu. Este Eu não é o pensamento eu, mas é aquele que faz com que este eu exista. Da mesma forma, este Eu sustenta o pensamento idam (aquilo).   Normalmente o pensamento idam não é o maior dos problemas. Tudo aquilo que vem de fora e é captado pelos meus sentidos é classificado na minha mente como idam. Aquilo que é diferente de mim. Uma porta, um carro, outra pessoa, etc. Geralmente não há uma identificação com este tipo de objeto. O problema surge com os pensamentos “internos”. Um sentimento, uma emoção ou julgamento. São nestes objetos que estabeleço minha identidade. Então me associo ao atributo destes pensamentos.

Quando isto acontece, não enxergo claramente aquilo que sustenta o pensamento, o verdadeiro Eu. Por isso no segundo sutra podemos entender: “Yoga é esta disciplina ou o estado no qual não estou identificado com o conteúdo da mente.” A questão é que, quando a mente não identifica nada, fica perdida. Este Eu, não é um objeto, mas é o sujeito que percebe todos os objetos. Este Eu é livre de qualquer tipo de atributo.

E quando a mente se perde, se abre espaço para especulações e dúvidas sobre como este Eu será conhecido. De fato, este Eu, não será conhecido pela mente. É dito nos Vedas que a mente é o veículo para o autoconhecimento, mas que, ao mesmo tempo, o autoconhecimento não se dá através da mente.   Exatamente porque a mente só funciona através de nomes e formas. E quando ela se depara com algo que é livre de qualquer tipo de qualidade, se perde.

Shankara comenta na Mundaka Upanishadtattva darsana upaya yogah.

O suporte (upaya) para a visão (darsana) daquilo que é real (tattva) é Yoga. Então (tada), para que eu veja (drastuh) e permaneça (avasthanam) na minha própria natureza (svarupe), é necessário este suporte que é a disciplina de Yoga.

Citemos a Gītā mais uma vez:

Yunjannevam sadatmanam yogi niyatamanasah Shantim nirvanaparamam matsamsthamadhigacchati. (Cap 6, 15)

“Desta maneira, tendo a mente disciplinada, o yogi, mantendo sempre a mente (no Eu), alcança a paz que é a liberação, que é sua própria natureza.”

Desta forma, Patañjali relaciona os sūtras dois e três de forma extraordinária nos apontando para o meio e para o objetivo de uma vida de Yoga. Não podemos dizer que o restante da sua obra não seja importante, mas podemos dizer que o que vem depois é um detalhamento de tudo aquilo que está compreendido nestes três primeiros sūtras. Somente entendendo bem esta base é que o estudo de todo o tratado fará realmente sentido.

Este texto foi escrito por Bruno Jones e originalmente publicado no blog por ele editado -   www.issoeyoga.blogspot.com

sábado, 6 de agosto de 2011

varṇamālā- O alfabeto sânscrito

Svara, vogais



O alfabeto sânscrito é composto de treze vogais, svara e trinta e três consoantes, vyañjana.
As vogais podem ser simples ou compostas. As vogais compostas também se chamam ditongos, junção de duas vogais simples. Existem nove vogais simples apresentadas no quadro nº1 e existem quatro ditongos apresentados no quadro nº2.
No sânscrito, quando uma consoante é seguida por uma vogal não se representa escrevendo as duas letras juntas. Em vez disso são representadas com uma combinação das duas letras. Assim sendo, cada vogal é representada por dois símbolos diferentes. Um caso é quando uma vogal, svara, precede uma consoante e outro caso quando sucede uma consoante. Um dos exemplos dados é a palavra iti, इति, que contém os dois casos. O primeiro I o que precede a letra T está escrito na sua forma original . O segundo I está escrito com uma combinação da consoante T, त्  mais I, dando origem à representação ति. इति, iti pode ser traduzido como “assim foi dito”, indica uma citação.
Todas as vogais simples, com excepção da vogal . , veremos isso no quadro nº1, podem ser de curta ou de longa duração, sendo que as de longa duração têm o dobro do tempo das de curta duração.
Todas as vogais compostas ou ditongos tem a duração de uma vogal longa, por serem a junção de duas vogais simples de curta duração.
As vogais curtas são chamadas rasva, as vogais longas são chamadas dīrgha.
As letras sânscritas são articuladas em cinco zonas diferentes do corpo: Articuladas na garganta, kaṇṭha e são chamadas guturais; Articuladas no palato, tālu, e chamadas palatais, tālavya; Articuladas no céu-da-boca, múrdha e chamadas cerebrais, múrdhanya; articuladas nos dentes, danta e chamadas dentais, dantya; podem ser articuladas nos lábios, oṣṭha e são chamadas labiais, oṣṭhya.
No caso das letras cerebrais, múrdhanya, a língua toca no céu-da-boca para as produzir.


Vogais Simples
svara
Zona de
articulação
Nome
da vogal

breve
hrasva
longas
dīrgha
Garganta
kaṇṭha
Gutural
kaṇṭhya
a (abrir)
ā (além)
Palato
tālu
Palatal
tālavya
i (ir)
ī (indo)
Céu-da- boca
Múrdha
Cerebral
mūrdhanya
ṛ (abrir)
ṝ (marina)
Dentes
danta
Dental
Dantya
ḷ (além)

Lábios
oṣṭha
Labial
oṣṭhya
U (tu)
ū (urze)
                                               Quadro nº1






Vogais compostas
ou ditongos
e (ela)
ai (pai)
o (soma)
au (autor)
Quadro nº 2
                                            
Ficaram com mais um pouco da cultura hindu, desta vez abordamos as vogais simples e as compostas ou ditongos.
ओं शान्तिः शान्तिः शान्तिः
o śānti śānti śānti

terça-feira, 2 de agosto de 2011

saṃskṛtam / devabhāṣā

O Sânscrito 
por Paulo Vieira

No percurso de um yogi o encontro com a linguagem sânscrita é inevitável. Logo na primeira aula, para além da palavra Yoga, muitas outras palavras são ditas em sânscrito. Mantra, āsana, prāāyāma, etc. Desta experiência invulgar poderão surgir duas reacções diferentes, que são as que interessam para o caso. Uma das reacções é a repulsa. Mas que língua tão estranha! Porque é que ele não fala Português? Uma outra reacção poderá surgir, a oposta. Que interessante a sonoridade das palavras! Parece que tem musicalidade, soa a algo familiar!

Em ambos os casos, tanto na repulsa como no interesse, a ignorância está presente. Algo completamente novo foi experienciado, algo que até então, muito provavelmente não se sabia sequer existir. Ora, onde está ignorância está também presente a oportunidade de aprender, a oportunidade de a remover, a oportunidade de entrar num mundo novo, num universo por descobrir.
 
O sânscrito é uma linguagem milenar, é a linguagem em que estão escritos os vedas, que data, pelo menos de há cerca de mais de cinco mil anos, uma data consensualmente aceite. Os vedas são, podemos dizer, as sagradas escrituras hindus, em sânscrito chamados śāstra. Este corpo de conhecimento sempre foi passado de geração em geração por tradição oral. Assim sendo, podemos inferir com segurança que a idade dos vedas é mais antiga do que o registo histórico das escrituras em formato livro, pressupõe-se que já existiriam antes, sendo depois escritas. Por isso conclui-se que também já o sânscrito existiria.  

Sam é um prefixo que quer dizer bem, alude para algo que está certo, completo. ktam vem do particípio passado do dhātu, raiz verbal, k, fazer. Sânscrito pode então ser traduzido como “aquilo que está bem feito”. Outro dos nomes pelo qual também era conhecido no tempo védico é devabhāā, que etimologicamente quer dizer a linguagem que é refulgente e que popularmente é conhecida como a linguagem dos deuses. Um outro nome, muito conhecido nos dias de hoje, é devanāgarī; nagara quer dizer cidade, urbano, nagarī é o género feminino, urbana - “A escrita urbana dos deuses”.

O sânscrito é foneticamente muito preciso. Cada letra é dita exactamente como é lida, não deixando margem para erros. Na língua portuguesa, por exemplo, a letra C na palavra aceder é lida de forma diferente do que na palavra cão, ou na palavra acreditar. No sânscrito isso não acontece, cada som tem a sua letra correspondente, desta forma, e com um poder incrível de memória foi possível preservar até à actualidade o conhecimento presente nos vedas.

Nesta linguagem as palavras são compostas por raízes verbais chamadas dhātu. Dhātu pode ser traduzido como substância elementar, assim sendo será a origem de uma palavra. A esta origem são adicionados afixos, ou seja prefixos e sufixos. Quando adicionamos um afixo à unidade ou dhātu o dhātu passa a chamar-se aga. A Pada, palavra, é a unidade a que são adicionados afixos de conjugação ou de declinação.

Exemplo:
Raiz verbal do verbo fazer – k
Afixo, neste caso é um sufixo – t
Obtemos a palavra kart, que quer dizer aquele que faz, o feitor ou fazedor

Assim sendo, existem 2200 dhātu e existem cerca de 30 afixos. A combinação dos 2200 dhātu com os cerca de 30 afixos dá origem a 66000 palavras. A estas palavras ainda são acrescentados centenas de afixos secundários, taddhitapratyayāh, o que torna muito difícil a memorização de tudo junto. Em vez disso, é dada importância às regras de formação de palavras.

Estas regras de formação de palavras, as regras de formação de palavras compostas, de adição de afixos, etc são exaustivamente expostas por Pāini na sua obra aṣṭādhyāyī. Obra que consiste em 3959 aforismos dividida em oito capítulos. aṣṭa, oito, ādhyāya, capitulo.

ini foi um sábio possuidor de uma mente extraordinária, que terá vivido algures entre o séc. IV D.C. e o séc.VII D.C. Não existem registos precisos sobre o seu nascimento, de facto pouco se sabe acerca de Pāini. Certo é que a obra que deixou sobre a gramática do sânscrito ainda hoje é profundamente estudada, não existindo nenhuma outra com a mesma dimensão e erudição. Esta obra deste grande sábio marca a viragem do sânscrito védico para o sânscrito clássico. Na altura védica, o sânscrito era chamado de devabhāā, depois de Pāini passou a chamar-se sânscrito.

Sendo este o primeiro de uma serie de textos que têm por objectivo divulgar mais um pouco da fascinante e antiga cultura Hindu, é também uma oportunidade para ambos, você e eu, de aprofundarmos um pouco mais o conhecimento deste antiga, completa e eficaz linguagem.