quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Como vocalizar o mantra OM segundo a tradição védica?



Brahman é só um não dual, e OM é uma sílaba apenas. As letras “a”, “u” e “m” estão todas dentro do OM, prevalecem e mesmo assim OM ainda é um. Assim sendo, é incorrecto cantar ”OM” na forma “AUM”, distorcendo e prolongando o som. A tradição diz-nos que é o mesmo que dizer que há uma separação entre marido e esposa. Os estudiosos da gramática de sânscrito e os ortodoxos afirmam que cantar o mantra OM na forma “AUM” é inserir uma separação entre as unidades de tempo, mäträs, e consideram-no um päpa. Não devemos partir as vogais e cantar A-U-M, pois existe uma sandhiù (regra de sânscrito de união de letras) eterna entre elas. Pluta, as três mäträs, é a unidade de tempo para vocalizar OM. O OM é cantado nestas três unidades de tempo com um pequeno intervalo entre cada canto.
Paragrafo traduzido do livro Mundakopanishad, Swamiji Dayananda Sarasvati págs. 71, 72

Tomamos então três tempos, como unidade de medida para vocalizarmos o OM. Por exemplo se a unidade de medida for o segundo, significa que a duração da letra “O” será de dois segundos e a duração da letra “M” será de um segundo. O OM durará três segundos e será seguido por um silêncio, que sempre esteve presente, sempre estará presente.
A pergunta põe-se: mas então porque é que não existe uma medida para o silêncio entre cada vocalização?
O silêncio corresponde ao estado de Turyia. O OM surge do silêncio, onde não existe unidade de medida de tempo, amäträ, onde não existe “A”, nem “U”, nem “M”. O OM é sustentado pelo silêncio, que é simplesmente consciência, caitanya ätman. Assim que o vocalizamos, ele manifesta-se. Este é o ciclo de toda a manifestação/não manifestação, em que ätman, nirguna brahman sempre é independente e transcendente.
Esta é a beleza do mantra OM, quando o cantamos ele se torna manifestado, saguna brahman e no intervalo entre cada canto ele é não manifestado, nirguna brahman, livre de atributos, sem imposições, svarüpa.
A meditação no mantra OM, omkära upäsanä é considerada como sendo a mais elevada de todas as upäsanä.

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